História (Ribeirão Cascalheira - MT)

Ribeirão Cascalheira: Pensão e Comércio Ribeirão Bonito
A primeira denominação do atual município de Ribeirão Cascalheira foi Ribeirão Bonito, nome dado por volta de 1968. Nesta época instalaram-se às margens do Córrego Suiazinho os pioneiros Juca e Tintino.
No mesmo ano da instalação dos primeiros moradores foi criado o primeiro estabelecimento comercial por Zacarias Guedes - a Pensão e Comércio Ribeirão Bonito. Por algum tempo o local também foi denominado Alta Cascalheira. Todos os pioneiros, salvo raras exceções, vinham com suas famílias a tiracolo, mulheres, filhas, parentes e via de regra, amigos. Formou-se então o núcleo de povoação pioneiro, a célula-mater que gerou o atual município.
Além da denominação Ribeirão Bonito o lugar conheceu os nomes de Guedolândia e Divinéia. Sendo que Guedolândia pela influência do comerciante Zacarias Guedes e Divinéia por questões meramente estéticas.
Em 9 de outubro de 1984, foi criado o distrito de Ribeirão Bonito.
Após lutas desbravadas e com a emancipação do município surgiu o nome Ribeirão Cascalheira, como aglutinação dos termos Ribeirão e Cascalheira. O nome Ribeirão permaneceu devido aos moradores inicialmente terem se fixado a beira do córrego Suiazinho, e Cascalheira em face da região ter muito cascalho, o qual foi muito utilizado pelos seus moradores.
O município de Ribeirão Cascalheira foi criado em 3 de maio de 1988, através da Lei nº 5.267, com território desmembrado de Canarana e São Félix do Araguaia
• Martires
Em Ribeirão cascalheira encontra-se o único Santuário no Mundo dedicado aos mártires. A história do padre João Bosco Penido Burnier até hoje é lembrada pelos moradores locais como exemplo de redenção e defesa dos direitos das minorias. O fato dramático que o colocou na condição de símbolo maior do município foi descrito por um escritor local dessa forma: “Era tarde de 11 de outubro de 1976. Duas mulheres sertanejas, Margarida e Santana, estavam sendo torturadas na cadeia-delegacia de Ribeirão Bonito, Mato Grosso, lugar e hora de latifúndio prepotente, de peonagem semi-escrava e de brutalidade policial. A comunidade celebrava a novena da padroeira Nossa Senhora Aparecida. E nesse dia havia chegado ao povoado o Bispo Pedro Casaldáliga e o Padre João Bosco Penido Burnier, mineiro de Juiz de Fora, jesuíta, missionário entre os índios Bakairi. Os dois foram interceder pelas mulheres torturadas. Quatro policiais os esperavam no terreiro da delegacia e apenas foi possível um diálogo de minutos. Um soldado desfechou no rosto do Padre João Bosco um soco, uma coronhada e o tiro fatal. Em sua agonia. Padre João Bosco ofereceu a vida pelo CIMI e pelo Brasil, invocou ardentemente o nome de Jesus e recebeu a unção. Foi morrer, gloriosamente mártir, no dia seguinte, festa da Mãe Aparecida, em Goiânia, coroando assim uma vida santa. Suas últimas palavras foram as do próprio mestre: Acabamos a nossa tarefa!”. O Santuário dos Mártires da Caminhada foi erguido após a morte do Padre João Bosco Penido Burnier
Crédito: Confederação Nacional dos Municípios